Palmeiras faz história ao virar 3-0 e vai à final da Libertadores contra o Flamengo

Na noite de 30 de outubro de 2025, o Palmeiras escreveu mais um capítulo épico em sua história. Diante de 39.941 torcedores no Allianz Parque, em São Paulo, o clube superou um déficit de 3 a 0 da primeira perna da semifinal da Copa Libertadores e goleou o equatoriano LDU Quito por 4 a 0, avançando à final com um placar agregado de 4 a 3. O jogo, que começou às 21h30 (horário de Brasília), foi mais do que uma vitória — foi um ato de fé, coragem e tática perfeita.

Uma virada que parecia impossível

Na primeira partida, em Quito, o Palmeiras sofreu uma derrota humilhante por 3 a 0. Muitos já davam o torneio por encerrado. Mas aqui, em casa, o time de Abel Ferreira não apenas acreditou — executou. O treinador português, que já havia levado o clube à final em 2020 e 2021, montou um plano simples, mas letal: pressionar desde o primeiro minuto, ocupar o campo adversário e transformar o estádio numa caverna de barulho. E funcionou. O primeiro gol veio aos 19 minutos do primeiro tempo: Ramón Sosa, de cabeça, recebeu cruzamento perfeito de Allan e desviou com força. O estádio explodiu. Aos 49, o zagueiro Bruno Fuchs, que jogava como lateral por necessidade tática, recebeu rebote na área e bateu de primeira. Gol. E o placar estava 2 a 0. Faltavam dois. E faltavam 41 minutos.

Veiga, o herói de emergência

O segundo tempo começou com o Palmeiras ainda mais confiante. Aos 22 minutos, Raphael Veiga, que havia entrado no intervalo, recebeu passe de Guarino e chutou com precisão: 3 a 0. O público já cantava o nome do jogador como se ele fosse um ídolo de décadas. Aos 36, veio o gol da consagração: outra jogada de velocidade, outro toque de Veiga — desta vez, em contra-ataque, ele desviou de um cruzamento de Lucas Veríssimo e colocou a bola no fundo da rede. Quatro gols. Quatro chances de glória. Quatro motivos para o estádio tremer.

Curiosamente, o único momento de dúvida veio aos 34 minutos do primeiro tempo, quando Vitor Roque, o "Tigrinho", teve uma chance de ouro em contra-ataque com três homens contra dois. Em vez de passar para o companheiro livre, tentou o drible e perdeu. O técnico Abel Ferreira, no banco, fechou os olhos por um segundo. Mas não reclamou. Sabia que o time já estava no caminho certo.

Uma final que já tem história

Agora, o Palmeiras enfrentará o CR Flamengo na final da Copa Libertadores, marcada para 29 de novembro de 2025 no Estádio Monumental, em Lima, Peru. É a segunda vez que os dois rivais brasileiros se enfrentam na decisão da competição. Em 2021, o Palmeiras venceu por 2 a 1, em jogo emocionante no Maracanã. Agora, a revanche será em solo peruano — o mesmo lugar onde o Flamengo fez sua mágica contra o River Plate em 2019.

Essa foi a sétima final da Libertadores na história do Palmeiras. As anteriores foram em 1960, 1961, 1968, 1999, 2020 e 2021. Nenhuma equipe brasileira tem tantas finais quanto o Verdão. E nenhuma equipe no mundo conseguiu virar um déficit de três gols em uma semifinal da Libertadores desde 2005, quando o São Paulo fez 4 a 1 contra o Once Caldas — mas ainda assim perdeu por 5 a 4 no agregado. Aqui, o Palmeiras não só virou — esmagou.

Reações e números que comprovam o feito

Segundo a CNN Brasil, o plano de Abel Ferreira era "abafar a LDU ao máximo no primeiro tempo". E funcionou. O time equatoriano não teve sequer um chute no gol nos 45 minutos iniciais. O estádio gerou R$ 3.822.949,60 em receita — um recorde para uma semifinal no Allianz Parque. A beIN SPORTS USA chamou a partida de "uma das maiores viradas da história do futebol sul-americano". O canal oficial da CONMEBOL no YouTube, com a legenda "A magia aconteceu", confirmou: o Palmeiras está de volta à final.

Curiosidade: o nome de Tiago Nunes apareceu em alguns relatos como técnico, mas todas as decisões táticas, os treinos, as entrevistas — tudo aponta para Abel Ferreira. A confusão veio de um erro de digitação em um site de estatísticas. A verdade é clara: o português é o arquiteto dessa reviravolta.

O que isso significa para o futebol brasileiro?

Essa vitória não é só sobre o Palmeiras. É sobre o Brasil. Enquanto o futebol sul-americano vive uma crise de identidade, com clubes tradicionais em crise financeira e torcidas desmotivadas, o Palmeiras provou que o espírito competitivo ainda vive. A virada de 3 a 0 para 4 a 3 é rara — e ainda mais rara quando ocorre em uma semifinal. É o tipo de jogo que revive o orgulho de quem acredita que o futebol pode ser poesia, não apenas estatística.

Além disso, o confronto com o Flamengo promete ser o mais aguardado do ano. Não só por ser um clássico nacional, mas porque os dois times representam modelos diferentes: o Palmeiras, com sua estrutura de base e gestão eficiente; o Flamengo, com sua máquina comercial e torcida massiva. Quem vencer, será o rei da América do Sul.