Assédio: o que é, como identificar e o que fazer

Assédio aparece de formas diferentes, mas sempre deixa a vítima desconfortável ou em risco. Pode rolar no trabalho, na escola, nas redes ou até no cotidiano. Quando alguém usa sua posição ou poder para pressionar, humilhar ou impor favores, estamos diante de assédio. Entender o que conta como prática abusiva é o primeiro passo para se proteger.

Tipos mais comuns de assédio

O assédio sexual envolve piadas, comentários ou gestos de teor sexual que criam um ambiente hostil. Pode ser desde um olhar sugestivo até propostas de troca de favores por benefícios. Já o assédio moral acontece na pressão psicológica constante – gritos, críticas exageradas, isolamento – que afeta a autoestima e a saúde mental. Também tem o assédio virtual, que inclui mensagens invasivas, chantagens e divulgação de imagens sem consentimento.

Em cada caso o ponto central é a falta de consentimento e a intenção de causar dano ou obter vantagem. Não importa se a pessoa é colega, chefe, professor ou desconhecido: se a atitude ultrapassa o limite do respeito, já é assédio.

Como agir e onde denunciar

Se você perceber sinais de assédio, a primeira atitude é documentar tudo: salve prints, anote datas, horários e testemunhas. Essa prova pode ser crucial se precisar levar a caso. Depois, converse com alguém de confiança – um colega, amigo ou familiar – para obter apoio e validar a situação.

Nas empresas, o caminho costuma ser o setor de recursos humanos ou um canal de denúncia interno. A Lei nº 13.185/2015 e a Constituição garantem direito à integridade e à dignidade no ambiente de trabalho. Se a empresa não tomar providências, você pode recorrer ao Ministério Público do Trabalho, ao sindicato da categoria ou abrir uma reclamação na Justiça do Trabalho.

No âmbito escolar, procure a direção, a secretaria ou a coordenação pedagógica. Muitas escolas têm protocolos específicos para casos de assédio sexual ou moral. Caso a instituição não responda, leve o caso ao Conselho Tutelar ou ao Ministério Público.

Para assédio virtual, a denúncia pode ser feita nas próprias plataformas (Facebook, Instagram, etc.) e também na Polícia Civil através do Disque Denúncia (181) ou do site da Polícia Federal. Lembre‑se de registrar a ocorrência com o boletim de ocorrência (BO) para garantir rastreio legal.

Além das vias oficiais, existem ONGs e órgãos de defesa dos direitos humanos que oferecem orientação gratuita – como a Defensoria Pública, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Centro de Defesa dos Direitos da Mulher. Eles ajudam a entender seus direitos e a montar um plano de ação.

Prevenção também conta muito. No trabalho, participe de treinamentos sobre assédio e incentive ambientes de respeito. Nas conversas do dia a dia, deixe claro que piadas ou comentários de teor sexual não são bem‑vindos. Quando todo mundo entende o limite, diminui a chance de abuso acontecer.

Seja qual for o tipo de assédio, não se sinta sozinho. O Brasil tem leis e canais de apoio. O importante é reconhecer o problema, agir rapidamente e buscar ajuda. Assim, você protege a si mesmo e ajuda a construir ambientes mais seguros para todos.

Declaração Polêmica de Desembargador do TJ-PR Gera Revolta e Investigação

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Em meio a um julgamento de assédio, o desembargador Luís César de Paula Espíndola do Tribunal de Justiça do Paraná afirmou que 'mulheres estão loucas atrás de homens'. A fala controversa foi feita durante a análise de um caso envolvendo um professor e uma menina de 12 anos. A reação negativa foi imediata, levando o TJ-PR a iniciar uma investigação preliminar e a OAB-PR a repudiar as declarações.

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