Quando Maggie Kang e Chris Appelhans dirigiram a animação Guerreiras do K-Pop para a Netflix, ninguém imaginava que o filme iria virar um marco musical. O longa, lançado globalmente em 2025, mistura o brilho dos grupos de K‑pop, mitologia coreana e sequências de ação dignas de anime, e acabou gerando uma banda fictícia – Huntr/x – que começou a dominar as paradas reais.
O fenômeno do K‑pop não é novidade; desde o sucesso de BTS e Blackpink, a música sul‑coreana já comandava streaming e redes sociais. Contudo, ainda faltava um projeto que unisse o formato audiovisual de animação com a energia dos grupos idol. Foi aí que Sony Pictures Animation entrou na jogada, trazendo sua expertise em filmes como "Spider‑Man: Através do Aranhaverso" e garantindo qualidade visual de ponta.
Segundo entrevistas coletadas pelo portal Terra, Kang e Appelhans se inspiraram em videoclipes de 2NE1, Blackpink e Twice para criar a estética de Huntr/x. A intenção era tornar a animação reconhecível para os fãs hardcore e, ao mesmo tempo, acessível ao público que ainda não conhecia a cultura coreana.
Os três personagens – Rumi, Mira e Zoey – foram dublados em duas camadas: voz falada e voz cantada. Arden Cho emprestou sua fala a Rumi, enquanto a cantora EJAE gravou os vocais. Mira tem a voz de May‑Hong (fala) e Audrey Nuna (canto). Já Zoey conta com a interpretação de Ji‑young Zoo e a performance de Rei Ami.
Além de cantar, EJAE co‑escreveu vários temas do álbum, atuando como ponte entre a narrativa do filme e a realidade musical. Audrey Nuna e Rei Ami, que já tinham carreiras solo, viram suas bases de fãs dispararem depois da estreia.
O impacto da música foi tão grande que cinco faixas simultâneas da trilha sonora entraram no Top 10 da lista Billboard Hot 200 Global em 2025. O hit "Golden", liderado por EJAE, ocupou a primeira posição por três semanas consecutivas; "Soda" ficou em terceiro lugar; os demais slots foram preenchidos por "Rising Sun", "Midnight Pulse" e "Dream Chaser" – todas com letras que fazem referência direta à luta contra demônios.
Esses números foram confirmados pelo portal Conecta JA, citando o próprio Billboard. É a primeira vez que uma trilha sonora de animação alcança tal densidade de presença nas paradas globais, superando até mesmo lançamentos de artistas solo de grande renome.
Mesmo sendo um grupo fictício, Huntr/x virou objeto de desejo nas redes. No TikTok, #HuntrxChallenge gerou mais de 12 milhões de visualizações; no Instagram, fotos de fãs com merch oficial (camisetas, pôsteres) já ultrapassaram a marca de 500 mil.
Entrevistas feitas por Rodrigo James, jornalista de São Paulo, revelaram que a comunidade está pedindo shows ao vivo. Insiders da indústria citados pela Tangerina afirmam que a Netflix e a Sony estão estudando um especial de concerto virtual para 2026, mas ainda não há datas ou locais confirmados.
Enquanto isso, os próprios cantores – EJAE, Audrey Nuna e Rei Ami – têm sido convidados para festivais de música no Sudeste Asiático, embora ainda não se apresentem oficialmente como Huntr/x. Essa liminar cria um paradoxo: a banda existe nas paradas, mas não tem contrato discográfico próprio.
Especialistas apontam que Guerreiras do K‑Pop demonstra como projetos animados podem gerar receita real fora da tela. Segundo analistas da Variety, a sinergia entre streaming, música e merchandising está redefinindo modelos de negócios.
Além disso, o sucesso reforça a ideia de que a cultura coreana está se consolidando como força dominante no cenário global, capaz de influenciar não apenas moda e dança, mas também estruturas de produção audiovisual. A combinação de mitologia coreana com estética pop cria um ponto de entrada para audiências que, de outra forma, poderiam achar a cultura distante.
O que vem depois? Até o final de 2025, a Netflix ainda não divulgou números de faturamento, mas mantém a série nas top‑ten de 92 países. Em entrevistas recentes, a equipe criativa revelou que já está esboçando uma sequência, possivelmente focada em um novo vilão baseado em lendas chinesas.
Se o mercado responder como tem respondido até agora, podemos esperar que Netflix invista em mais projetos híbridos – animação + trilha sonora comercial – e que outras plataformas sigam o exemplo.
A combinação de músicas originais escritas por artistas coreanos emergentes (EJAE, Audrey Nuna e Rei Ami) com arranjos que misturam pop eletrônico e instrumentos tradicionais fez a trilha ressoar tanto com fãs de K‑pop quanto com ouvintes de pop internacional. O apoio da Netflix, que promoveu cada faixa nas suas playlists, impulsionou o streaming e as vendas, levando as cinco músicas ao Top 10 global da Billboard.
Ao contrário de projetos que ficam restritos ao universo do filme, Huntr/x tem gravações reais lançadas nas plataformas de streaming e ocupou posições nas paradas globais. Isso criou uma demanda de fãs por shows ao vivo, algo raro para grupos que só existem dentro da narrativa.
Fontes próximas à produção afirmam que a Netflix e a Sony Pictures Animation estão avaliando um evento híbrido – parte streaming, parte presencial – possivelmente em Seul ou Los Angeles. Ainda não há datas confirmadas, mas a expectativa dos fãs é alta e poderia gerar um novo modelo de shows para propriedades de animação.
Ele demonstra que animações podem ser plataformas de lançamento musical tão eficazes quanto filmes ao vivo. Produtoras agora têm um incentivo maior para investir em trilhas originais de alta qualidade, ligando diretamente a produção audiovisual ao mercado fonográfico.
Além de gerar conversas nas redes brasileiras, o filme impulsionou a venda de merch oficial e aumentou o consumo de K‑pop em plataformas locais como Spotify Brasil. A cobertura de jornalistas como Rodrigo James mostrou como o público brasileiro está cada vez mais integrado à cultura global de música pop.
Sou jornalista especializada em notícias e gosto de escrever sobre os acontecimentos diários no Brasil. Minha paixão é manter as pessoas informadas com atualizações rápidas e precisas.
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Hilda Brito
outubro 9, 2025 AT 00:40Todo esse hype parece mais um truque de marketing do que reconhecimento de talento autêntico.
Os números nas paradas não garantem qualidade artística.