Se você já passou por uma obra de grande porte ou acompanha notícias de mineração, deve ter visto a expressão "detonação de rochas". Em poucas palavras, trata‑se do uso controlado de explosivos para quebrar pedras e abrir caminhos onde a máquina não chega. O processo costuma ser decisivo para abrir túneis, desmoronar encostas ou preparar áreas para fundações. Mas, como tudo que envolve explosivos, exige planejamento rígido, equipe treinada e respeito às normas.
A técnica mais comum é o furo‑carregamento: faz‑se furos na rocha, coloca‑se carga explosiva e, depois, um detonador. Existem duas modalidades principais – carga em linha e carga em blocos. A carga em linha distribui a energia ao longo da extensão do furo, ideal para paredes longas. Já a carga em blocos concentra a força em pontos específicos, facilitando a quebra de rochas muito duras. Outra tecnologia que tem ganhado espaço é o uso de explosivos não‑tóxicos, que reduzem o impacto ambiental e a geração de gases nocivos.
Não tem como fugir: segurança vem antes de tudo. No Brasil, a ABNT NBR 14421 regula a armazenagem, transporte e uso de explosivos. Todo operador precisa de certificação específica, e a área onde será feita a explosão deve ficar isolada de pessoas e animais por um raio mínimo definido pela norma. O plano de detonação deve incluir cronograma, mapa de furos, quantidade de carga e procedimentos de evacuação. Equipamentos de proteção – protetores auditivos, óculos, botas com biqueira de aço – são obrigatórios, assim como a presença de um responsável técnico que assine o relatório pós‑detonação.
Além das regras técnicas, a comunicação é crucial. Antes de iniciar, avise a comunidade local, órgãos de defesa civil e equipes de emergência. Muitas vezes, o barulho pode gerar reclamações ou até gerar pânico se não houver aviso prévio. O uso de sinalização visual, como bandeiras vermelhas, e sonoras, como sirenes, ajuda a manter todos informados sobre o momento exato da detonação.
O planejamento também inclui a avaliação do impacto ambiental. A poeira gerada pode afetar a qualidade do ar nas áreas vizinhas, então é comum usar sistemas de supressão, como pulverizadores de água. Também se controla a vibração para evitar danos a edificações próximas. Em projetos de grande escala, empresas contratam consultorias para medir a frequência de vibração e garantir que ela fique dentro dos limites aceitos.
Por fim, a manutenção dos equipamentos nunca pode ser deixada de lado. Detetores de metais, cabos de ignição e dispositivos de disparo exigem inspeções regulares. Qualquer sinal de desgaste pode levar a falhas graves, como explosão prematura ou falha total da carga. Manter um registro detalhado de cada operação ajuda a identificar padrões e melhorar processos ao longo do tempo.
Se você está começando agora, procure cursos reconhecidos pelo Exército ou por instituições como o SENAI. A prática supervisionada faz a diferença entre um trabalho seguro e um acidente evitável. E lembre‑se: a detonação de rochas não é só força bruta, é ciência, disciplina e respeito ao próximo.
A EMLUR deu início aos serviços de detonação de rochas e poda de árvores em 10 bairros de João Pessoa, incluindo Ipês, Mandacaru e Parque do Sol. Essas ações visam melhorar a paisagem urbana e garantir a segurança dos cidadãos.
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