O Impacto da Vitória de Donald Trump nas Eleições Americanas
A vitória inesperada de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos desencadeou uma série de reações no mercado financeiro global, destacando-se principalmente o impacto sobre o euro. Desde o anúncio dos resultados, a moeda europeia tem enfrentado pressões significativas, levando a uma queda de até 2,1% no seu valor, configurando a maior desvalorização desde 2016. Esse movimento abrupto não apenas captou a atenção dos mercados, como também intensificou discussões sobre uma possível paridade com o dólar americano, algo não visto desde os primeiros anos do uso do euro.
Estratégias e previsões de analistas de renomadas instituições financeiras, como ABN Amro Bank NV, ING Groep NV e Manulife, apontam para a continuidade dessa tendência descendente do euro. Elas baseiam essas previsões nas diferenças crescentes nas políticas monetárias adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos. O BCE, em meio a desafios econômicos duradouros na Europa, tende a reduzir ainda mais suas taxas de juros como medida de estímulo econômico, enquanto o Fed, em contraposiçao, está mais inclinado a manter ou até aumentar suas taxas visando controlar a inflação americana. Essa divergência acentua o diferencial de juros entre as duas moedas, resultando em uma pressão descendente sobre o euro.
Projeções dos Especialistas do Mercado
Georgette Boele, uma estrategista proeminente da ABN Amro, que já havia previsto a possibilidade de paridade entre euro e dólar em 2022, reafirma que a crescente diferença nas taxas de juros será um fator crucial para empurrar o euro para níveis de paridade. Com o Fed comprometido em uma postura de manutenção de juros elevados e o BCE pressionado a reduzir suas taxas, o cenário se mostra propício para essa convergência monetária.
Outra consequência da vitória de Trump que vem afetando o mercado europeu é a reação do mercado de títulos. Enquanto o euro liderava as perdas entre os pares de moedas do G10, os títulos europeus, por sua vez, apresentaram uma valorização, em face à perspectiva de cortes mais profundos nas taxas pelo BCE. Isso se refletiu em uma queda dos rendimentos dos títulos de referência de dois anos da Alemanha, que caíram em até 14 pontos-base, chegando a 2,16%.
O Cenário Político e Tarifário
A vitória de Trump não apenas sugere um aumento de inflação nos Estados Unidos, mas também limita a capacidade de manobra do Fed em termos de cortes de juros. Sua administração alimentou temores quanto ao retorno do protecionismo e a implementação de tarifas globais, ambas podendo exercer uma pressão adicional sobre a economia europeia e forçando uma resposta mais agressiva do BCE. Michael Strobaek, chefe global de investimentos na Lombard Odier, destacou a preocupação com a volta de Trump, especialmente em relação aos ativos europeus. A Lombard Odier estima que a taxa terminal do BCE deve permanecer em cerca de 1,5% ou mesmo abaixo de 1%, enquanto o Fed mantém sua taxa principal em torno de 3,5%.
No mercado de apostas, esperam-se cortes de um ponto percentual pelo Fed e aproximadamente 1,30 pontos pelo BCE até setembro do próximo ano. Isso representa um aumento nas previsões desde terça-feira, quando os preços já indicavam cortes de 1,1 e 1,16 pontos percentuais, respectivamente. À medida que se aproximavam as eleições nos EUA, as apostas sobre a paridade euro-dólar também ganharam força no mercado de opções.
Desafios à Frente
Apesar da probabilidade crescente de paridade, segundo a análise do ING, o nível de 1-para-1 ainda não é iminente. Chris Turner, responsável pela estratégia de câmbio do ING, comentou que os spreads de taxas estão se ampliando contra o euro, exigindo a inclusão de um novo prêmio de risco relacionado ao protecionismo e possíveis riscos geopolíticos. Turner prevê que o nível imediato a ser alcançado é de $1.05 nas próximas semanas, mas acredita que um movimento direcionado à paridade poderá aguardar até o final de 2025, quando o impacto total do protecionismo poderá ser melhor avaliado.
O Fator Político Americano
Outros estrategistas também aguardam os resultados sobre quem controlará a Câmara dos Representantes dos EUA, considerando que um controle Democrata forçaria os Republicanos a negociarem sobre medidas políticas cruciais. A JPMorgan havia anteriormente previsto que, no caso de uma vitória republicana total, o euro poderia cair para a paridade. Em contrapartida, um cenário de vitória de Trump com um Congresso dividido inclinaria o par euro-dólar para 1,05, segundo o banco.
Nathan Thooft, gestor sênior de portfólio na Manulife Investment Management, vê um caminho plausível para a paridade nos próximos seis meses, ressaltando a dificuldade em reverter o sentimento atual do mercado, além de fatores técnicos e fundamentos que favorecem o dólar americano.
Yuri Costa
novembro 9, 2024 AT 04:47O euro tá morrendo de fome enquanto o dólar come pizza com queijo derretido. 🍕💸
Patricia Gomes
novembro 11, 2024 AT 03:28o bce ta perdido tipo quem tenta ensinar matematica pra um gato e o fed ta tipo 'tudo bem eu to no controle' mas a verdade é q ninguem sabe o q vai acontecer
kamila silva
novembro 13, 2024 AT 01:43A paridade não é um fenômeno econômico é um sinal cósmico a alma da Europa está sendo esvaziada pelo neoliberalismo desenfreado e o dólar é apenas a ponta do iceberg da dominação cultural americana
Germano D. L. F.
novembro 13, 2024 AT 13:46Vale lembrar que o mercado sempre superestima o impacto de eleições. O dólar sobe, o euro cai, mas no fim do ano tudo se equilibra. A gente se esquece que economia é viva, não é um tabuleiro de xadrez. 🌍💪
valderi junior
novembro 13, 2024 AT 19:31Eu moro no interior e nem sei o que é euro. Mas vi no noticiário que o preço do óleo tá subindo. Se o dólar sobe, o que eu compro também sobe. É simples assim.
Renata Dutra Ramos
novembro 15, 2024 AT 07:14A divergência entre as políticas monetárias... é um fator fundamental... que amplifica os spreads... e exige a reavaliação dos prêmios de risco... geopolíticos... e de liquidez... especialmente em contextos de protecionismo recrudescido...
João Manuel dos Santos Quintas
novembro 15, 2024 AT 10:04O BCE tá agindo como um tio velho que ainda acha que café com pão resolve crise. Enquanto isso, o Fed tá com o pé no acelerador e o euro tá no chão, de bruços, pedindo água. É triste, mas é real.
Izabella Słupecka
novembro 16, 2024 AT 03:03É inegável que a retórica protecionista de Trump, combinada com a estrutura fiscal e monetária americana, cria um ambiente de apreciação estrutural do dólar. A desvalorização do euro não é meramente cíclica, mas sistêmica, uma consequência lógica da desconexão entre os pilares institucionais europeus e a realidade da política global contemporânea. A paridade não é uma previsão; é uma inevitabilidade.
Paulo Sousa
novembro 16, 2024 AT 17:16Brasil tá de olho nisso? Enquanto isso, o real tá no fundo do poço e ninguém faz nada. Se o euro cai, o dólar sobe, e o nosso pãozinho fica mais caro... quem ganha? Ninguém. Só os banqueiros que já têm dinheiro no exterior. Vamos acordar!
Ana Paula Santos Oliveira
novembro 16, 2024 AT 17:29E se for tudo um golpe? E se o dólar não está subindo por causa do Trump... mas por causa da CIA e do FMI? Eles querem quebrar a Europa pra controlar o ouro e o petróleo. A paridade é só uma fachada. O que está por trás disso? A Nova Ordem Mundial. Eles já estão no controle.
Satoshi Katade
novembro 16, 2024 AT 21:09Talvez o que a gente precise não seja prever o dólar ou o euro... mas aprender a viver com menos dependência deles. Moedas são só símbolos. O que importa é o que a gente produz, o que a gente cuida. E se a gente parar de olhar só pro exterior?
Eliane E
novembro 18, 2024 AT 04:47Se o euro chegar na paridade, a gente vai ver muita gente com medo. Mas também vai ver muita gente se adaptando. A vida continua. A gente vai achar jeito. 💪❤️